O ESTIMULO DOS SENTIDOS COM A NEUROARQUITETURA

Se o mundo é construído por e para pessoas, é lógico e estratégico buscar conhecimentos em diversas áreas para que tudo seja desenvolvido de forma satisfazer a funcionalidade e plena satisfação dos sentidos.

Por isso, é cada vez mais comum encontrarmos conceitos que misturam áreas diferentes do conhecimento. Vivendo nós em um período da história com tanto acesso a informação, estudo e conversas multidisciplinares, um dos temas mais buscados por profissionais de diversos segmentos é a neurologia. Em diferentes áreas, entender como é o processamento neural das emoções através dos sentidos é um trunfo.

Com a arquitetura não poderia ser diferente. A neuroarquitetura é o termo atribuído para a criação de ambientes eficientes nos quesitos técnicos e que subjetivamente também trabalhem as emoções, proporcionando emoções como a felicidade e bem-estar.

Não é à toa que nossos sentidos tendem e serem saciados em meio a natureza. O conjunto natural das cores, formas e sons trazem relaxamento e conexão com algo mais profundo. Trazer essa sensação para dentro dos espaços urbanos é uma missão de anos de todos nós do segmento da arquitetura e decoração de interiores. Usar a neuroarquitetura para criar ambientes que transcendam a funcionalidade e estimulem o estado emocional de seu habitante ou visitante é poderoso.

Como aplicar a neuroarquitetura?

A neuroarquitetura é uma ferramenta poderosa, que exige além dos conhecimentos técnicos um profundo interesse na subjetividade humana. Portanto, não há uma rota pronta a ser seguida, mas sempre há um ponto de partida.

Ter um objetivo bem definido para o espaço/projeto é o início para a aplicação da neuroarquitetura. Como é desejável que as pessoas se sintam no espaço em que estamos dando vida? Essa pergunta é o norte para infinitas possibilidades de criação.

No desenvolvimento do projeto há alguns pontos que são primordiais para o resultado final.

Cores e revestimentos: um dos pontos de maior impacto para a neuroarquitetura, uma vez que abrangem uma área muito ampla do projeto. Alguns princípios básicos valem: cores quentes geram agitação enquanto para acalmar as cores frias tem melhor efeito. Uso de contraste de cores ou cores análogos também podem influenciar o sentimento gerado, assim como as formas e texturas aplicados. Esse ponto deve ser muito bem estudado para que sua composição possa atingir o resultado esperado.

Acústica: quais sons exteriores podem adentrar no local e em que medida? É necessário uso de materiais acústicos para preservar o descanso dos habitantes ou o barulho irá tirar a concentração dos profissionais?

Iluminação: quanto de luz natural podemos aproveitar? Até que ponto a luz artificial trará benefícios no uso do espaço e como o equilíbrio pode ser encontrado? Aqui, as técnicas já conhecidas como o uso de luzes amarelas para induzir o relaxamento, luzes brancas para a atenção e foco e cores diferentes quando o espaço permitir criatividade ou estimulo de outras emoções.

Mobiliário: curvas e design disruptivo ou linhas retas e formas bem marcadas? Como os móveis podem ativar a reatividade ou comportamentos passivos? Levar em consideração o perfil do público a explorar o espaço é fundamental para a escolha de móveis que estimulem os sentidos.

Vegetação e Paisagismo: o quanto é possível trazer de vegetação para o espaço, principalmente em projetos que a serenidade e bem-estar são premissas?

Um projeto com boa aplicação de neuroarquitetura deve considerar todos esses quesitos com muita assertividade. Com o objetivo do espaço bem definido, é possível combinações diferentes para incitar qualquer tipo de sensação, dos mais imediatistas e com ímpeto a ação até os de relaxamento.

Emocionar, alegrar, inspirar, acalmar, curar... a arquitetura e o design de interiores é uma aliada ao dia a dia e aos sentidos, e a neuroarquitetura reforça essa maravilhosa missão de construir a vida cotidiana de formas únicas, com experiências completas e satisfatórias.

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